quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Lamento, o tempo

Não vivi o bastante para aprender, mas aprendi com a vida. Aprendi com a minha infância, que foi maravilhosa. Enquanto minhas barbies era minhas musas inspiradoras, um simples quebra-cabeças quebrava a minha cabeça. Felizes eramos nós que não tínhamos celular e sabíamos o quanto era bom correr na casa do colega para estudar, pedir o conteúdo... Esse contato, isso nos tornava mais saudáveis. Planejar a semana para saber com quem brincar cada dia. Ah, que saudade. De quando nós vivíamos os nossos heróis, reproduzíamos as histórias dos desenhos animados, que por sinal, eram bem mais legais.
Meu computador era de papelão, meu celular tinha antena, era de plástico e tocava umas musiquinhas irritantes. Meu príncipe encantado viria num cavalo branco, e me beijaria na testa, ah! e só apareceria quando eu tivesse uns 25 anos, até lá eu estaria muito ocupada brincando.
Nas segundas-feiras aguardávamos ansiosos para encontrar os amigos na escola para contar pra onde foi com a família, do que brincou, quantos tombos caiu.
E, se me lembro, minhas únicas tristezas e desilusões aconteciam quando eu não ganhava o que imaginava de natal, quando a mãe não deixava dormir na casa da amiga.
É, improvisar, inventar, a gente sabe o que é isso. Saudade dá, porque foi bom, porque não pulamos etapas.
Não há o que dizer dessa juventude precoce de hoje, não há o que julgar, os tempos mudam. A gente só se pergunta o que eles irão contar das suas infâncias? tempos diferentes, escolas da vida diferentes. Uma coisa garantimos, tudo serviu de lição. Vivemos o bastante para aprender que não valeria a pena deixar de ser criança.

                                                          @kelinxulia

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